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Festa no céu, conflito na terra.

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  • 11 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura

Originalmente, um balão é definido como uma aeronave, mais leve que o ar, que flutua impulsionada pelo vento. Podendo ou não ter passageiros, divide-se em três tipos principais: balões de ar quente, balões a gás, balões de Rozier (híbridos, utiliza gases aquecidos e não aquecidos). É tido como o mais antigo veículo aéreo da história da humanidade - o primeiro voo controlado de um balão de ar quente ocorreu em Paris no ano de 1783.

Mais recentemente, a soltura de modelos movidos a tocha tornou-se uma tradição no Brasil em razão dos festejos juninos. Entretanto, a transformação de um veículo aéreo em uma atividade cultural separou, em 1998, os balonistas dos baloeiros perante a lei. A partir de uma abordagem antropológica, Erika Paula dos Santos, pesquisadora cuja dissertação de mestrado foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) – Campus Guarulhos, analisou as práticas e as relações vivenciadas por grupos que se autodenominam turmas de baloeiros atuantes na região metropolitana de São Paulo.

Segundo o Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (SNEA), as turmas de baloeiros soltam no Brasil, em média, 100 mil balões por ano. Existem cerca de mil turmas na Grande São Paulo e outras mil no Rio de Janeiro, cada uma com aproximadamente 25 integrantes. As duas cidades são responsáveis por 60% do total de balões soltos no país. Os números, que expressam a consolidação de uma prática considerada arte e tradição da cultura popular, caminham lado a lado com crescimento do combate oficial à prática e sua ilegalidade.

De acordo com a pesquisadora, a realidade é que as autoridades, apoiadas no argumento dos danos materiais e ambientais que a atividade provoca, deparam-se com uma atividade que adquiriu o prestígio de lazer sério. “Sua intensificação e a dinâmica de organização e formação das turmas surgiu no início da década de 1980, com o que eles chamam de gigantismo, que é a confecção de balões mais elaborados e de grande dimensão”, discorre.







 
 
 

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